sábado, 7 de maio de 2011
Fingindo Valentia
Às vezes perdemos algumas batalhas nas nossas guerras particulares contra a infelicidade: amores sólidos desmancham-se nos ares; contratos meticulosos de amizade são revogados por leis maiores; desonestos são recompensados onde a vaia é inútil; celebrações arquitetadas se revelam sacrificantes ao celebrado; o crédito não é suficiente nem para aquilo que não devia apelar ao crédito; é negativa a resposta do cliente que ainda não era cliente; falta o álcool sem que o delírio necessário esteja completo; o carro não pega nem com a ajuda dos vizinhos; a lâmpada do banheiro está mesmo queimada; embolorou a última desejada fatia de bolo da geladeira; o compromisso do dia seguinte é antes do que se imaginava; as palavras não expressam suficientemente os urgentes pensamentos; a solidão do momento obscurece a ilustração do combatente.
Cada uma delas é apenas uma simples batalha perdida. Cada uma com sua importância relativa, mas, como dizem: nenhuma é a derrota definitiva. Não vence por isso o inimigo.
Só que às vezes todas essas batalhas se dão ao mesmo tempo. E às vezes todas essas derrotas vem ao mesmo tempo. Nesse caso, como não conceder em depor as armas? Como não se render à tristeza?
Fingindo valentia! Talvez isso confunda o inimigo.A guerra contra a infelicidade às vezes é guerra de guerrilha! Começa parecendo perdida.
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Um comentário:
Finalmente um post bom...
Rodolfo
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