terça-feira, 10 de maio de 2011

Osbama: "now, we really can"


Preciso dizer aqui algumas coisas que tenho dito por aí sobre o fim do duelo entre Osama e Obama.

1. Morreu mesmo o primeiro. Não tenho dúvidas, mesmo que o corpo não bóie. Parto do princípio que se o presidente dos EUA falou de madrugada que morreu, então morreu. Não que seja devoto, longe disso, simplesmente sei, mais ou menos, o que está em jogo. Americanos toleram, às vezes gostam, de presidentes canalhas, mas não suportam canalhas mentirosos. É assim desde George e nem Bush saiu impune. Disse que havia armas de destruição em massa e invadiu. Não havia, mentiu. Renovou com isso o espírito democrático do povo que, sim, podia e Obama se elegeu, não pode mentir.
2. Não capituraram e julguram, porque não. A encarnação do mal não precisa de julgamento. Tem que ser muito politicamente correto para sair em defesa de tratamento humanitário ao Diabo. Claro que não creio em diabos (seria muito desvantajoso para quem não cre em deuses), mas Osama caprichou em suas maldades. Além disso, quando já era mau, foi amigo de seus atuais inimigos. Ninguém gostaria de ouvir o que ex-amigos, agora inimigos, tem a dizer a nosso respeito.
3. Tem coisas que até podem ser explicadas pelo seu conteúdo, mas não pela sua forma. Tenho ideia do que soldados de qualquer época podem fazer quando capituram um inimigo, ou para capiturar um. Mostrar isso pode obscurecer o brilho da façanha e não o contrário. Melhor deixar a coisa por conta da imaginação da mídia e só alimentar com alguns detalhes que não permitem desvendar o enrredo. A mídia agradece e a informação perde, como quase sempre, para o entretenimento.
Isso é só mais uma hipótese para a falta de transparência do caso.
4. Não acredito em nova onda de terrorismo. Talvez um ou outro homem bomba. Obama sabe melhor do que eu: com uma década de pesados investimentos militares em tecnologia de combate ao terrorismo; com o retrocesso dos direitos civis pelo mundo (ligações gravadas e correspondências violadas); com quase todos os países que poderiam servir de QG para o terrorismo de grande escala "dominados"; com o Oriente Médio gostando de democracia; com o desprestígio atual da Al Qaeda, que chegou a ser festejada por intelectuais e gente boa equivocados... as nações estão hoje mais preparadas para terrorismo do que estavam no 11 de Setembro.
5. Ao chamar para sí a responsabilidade pela morte de Osama, Obama quis marcar seu protagonismo no fim e não no começo de uma temporada de terrorismo. Caso contrário seria cabo eleitoral de um republicano no ano que vem. Ninguém se convenceria de que o bom Obama pode ser mais durão do que um texas ranger para lidar com essa gente.
6. Com isso está posto o argumento da campanha democrata que veremos: now, we really can. "Se não cumpri ainda com as expectativas do povo americano, é porque tínhamos a 'herança maldita' do terrorismo para adiministrar. Agora que matei a praga, posso trabalhar, como sei, sabendo que minha gente está segura. Votem em mim".

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