quarta-feira, 30 de setembro de 2009

Sinuca de Tegucigalpa

A Diplomacia brasileira pecou pela boa fé.
Digo logo que não creio na conivência do Itamaraty com a estratégia de retomada do poder de Manuel Zelaya, presidente eleito e deposto de Honduras.
Não acho realmente que fazer da Embaixada brasileira o QG do contra-golpe em Honduras tenha sido um plano conjunto. E não acho, simplesmente, porque isso não seria nada inteligente, especialmente para quem pretende robustecer o papel do Brasil como árbitro das questões regionais. As consequências disso seriam, como já são, desgastantes e pouco capitalizaveis para o plano maior.
Mas penso que houve uma certa leniência para com a questão cuja razão remonta a um problema que deve ser melhor examinado pelo nosso governo.
Durante muito tempo, pessoalmente, também imaginei que a afinidade ideológica com os parceiros era motivo suficiênte para seguir despojado e adiante com projetos que pareciam conjuntos. Com o avançar dos anos acabei percebendo que, também entre camaradas, havia vaidade, preconceito, burrice, pequenez e trapaça. A contatação custou-me amigos e dinheiro, causando-me muito pesar e, depois, alguma revolta.
Não tenho certeza, ainda, de que o mesmo esteja ocorrendo com a nossa diplomacia no caso de Honduras, mas suponho que tenhamos sido ludibriados por conta da boa fé de nossos diplomatas.
Não os condeno, ao contrário, sou cúmplice de seu infortúnio. Mas espero daqueles que dedicaram sua vida a essa tarefa, que sejam mais rigorosos em seus critérios quanto às nossas posturas internacionais.

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